A história do marketing político e sua evolução
Embora os cases do marketing político sejam recentes, a história do marketing político remonta à Roma antiga e veio evoluindo com o passar do tempo, até chegar a seu estado de hoje, onde o marketing político nas redes sociais domina o cenário eleitoral.
Embora hoje em dia tudo pareça muito midiático nas campanhas eleitorais, a verdade é que a história do marketing político parece ter nascido com a própria liderança política em si. De que adianta ser um ótimo líder se ninguém sabe disso?
O general Júlio Cesar chegava a Roma após suas batalhas, em o que ficou conhecido como Triunfo, um desfile militar organizado a mando dele próprio e de seus partidários para enaltecer as realizações do grande guerreiro, que depois, se transformou em Imperador.
O que era o Triunfo além de um mega evento de marketing político? Os faraós do antigo Egito construíram pirâmides gigantescas também para mostrar seu poderio e divulgar suas realizações. Isso não é marketing político?
Recuando ainda mais no tempo, na antiga Grécia, os políticos dedicavam horas sem fim à prática da arte da oratória, para exercitarem seus dons e assim convencerem seus pares a apoiar seus pontos de vista.
A história do marketing político moderno
Sem a tecnologia com a qual contamos hoje em dia, o marketing político pouco evoluiu desde os primórdios da civilização moderna, mas a partir do início do século a história do marketing político iria dar uma guinada violenta.
Se fizermos uma análise comparativa, veremos que a história do marketing político moderno está intimamente ligada à evolução tecnológica. Quando Guglielmo Marconi inventou o rádio, pensava basicamente na comunicação entre embarcações, mas com a evolução, os políticos também encontraram uma ótima utilidade para essa máquina.
Mussolini em 1925, foi um dos primeiros políticos a usar o rádio para mobilização das massas. Franklin D. Roosevelt também lançou mão do rádio em 1933 e Hitler fez dele o principal canal para sua ascensão ao poder na Alemanha. Aqui no Brasil, Getúlio Vargas, na década de 30, também lançou mão do rádio como ferramenta de marketing político.
Até aqui, o marketing político tinha apenas agregado a tecnologia ao seu instrumental, mas a partir da década de cinquenta, o que mudaria seria o conceito.
A grande virada na história do marketing político moderno
Durante muito tempo o marketing político foi baseado no carisma pessoal mas em 1952 esse posicionamento teve uma virada radical quando o então candidato à presidência dos Estados Unidos, o general Dwight Eisenhower decidiu contratar a agência publicitária BBDO para trabalhar sua imagem durante a campanha eleitoral.
Neste ponto o candidato passou a ser tratado como um produto e não apenas como uma pessoa de imenso carisma. A função da BBDO era redirecionar a projeção que Eisenhower havia conseguido durante o período da Segunda Grande Guerra, para a figura do administrador eficiente.
Além disso, a BBDO tinha também o desafio de moldar a linguagem do candidato para as inserções de rádio e TV, dois canais que começavam a desempenhar um papel decisivo nas campanhas presidenciais americanas.
Desse ponto em diante a história do marketing político moderno ganhou novos contornos e passou a ser o palco de campanhas muito bem estruturadas com o apoio maciço do rádio e TV, até a chegada das redes sociais que causaram uma nova revolução.
A mudança causada pela redes sociais
A última grande mudança no marketing político veio com as redes sociais e tem como ponto de referência a campanha de Barack Obama em 2008. Os marketeiros de Obama, Jason Ralston e Ben Self, perceberam o incrível potencial que existia nas mídias sociais e partiram para elas.
Muita gente acredita que Obama ganhou suas últimas eleições por causa das mídias sociais. Essa é uma visão distorcida dos fatos, pois como já tivemos a chance de comentar aqui no Eleitor Online, mídias sociais não elegem ninguém.
A grande sacada da equipe de Obama foi trazer a militância digital, que naquela época já era grande, para o ambiente físico. A macro estratégia adotada foi criar laços de relacionamento, uma das principais funções do marketing político nas redes sociais, e convidar as pessoas engajadas, para a participação física nos escritórios eleitorais e no seu próprio dia a dia.
Por Alberto Valle no portal Eleitor Online